A Estônia, como qualquer país membro da União Europeia, oferece cursos de graduação, mestrado e doutorado em inglês.
As três maiores universidades estonianas são: Universidade de Tartu (localizada na cidade de Tartu, no sul da Estônia, a cerca de 2 h e 15 minutos da capital, Tallinn), a Universidade de Tallinn e a Universidade Técnica de Tallinn. Vou falar sobre a Universidade Técnica de Tallinn, que é a que conheço melhor pois estudo lá.
O processo de admissão não tem segredos e pelo que sei é o mesmo para todas as universidades. Eu, como aluna de mestrado, tive que traduzir (tradução juramentada para o inglês) todos os meus documentos referentes a todos os meus períodos escolares, e qualquer documento que indique que você tenha feito estágio, pesquisa ou qualquer atividade relacionada ao seu curso pode facilitar sua entrada no curso desejado.
TOEFL: É obrigatório e você precisa de pelo menos 70 pontos para poder ser admitido. Se você já estiver na Estônia pode fazer na própria Universidade Técnica de Tallinn. De acordo com uma colega que faz BA na Universidade de Tallinn, é necessário estudar inglês durante o curso.
Valor: A Estônia é um dos países mais baratos para estudar; o valor do curso é em torno de 3300 a 4 mil euros por ano (de acordo com o curso, geralmente os cursos na área de administração de negócios são os mais caros).
Foto retirada do site da universidade.
Entrevista: Eu não passei por nenhuma entrevista, mas alguns amigos passaram; não sei informar qual o critério de seleção para as entrevistas, mas é dito no site que haverá, talvez eu tenha tido sorte. A entrevista pode ser feita por Skype se você não estiver no país.
Carta de motivação: É exigida uma carta onde você tem que dizer o porquê de querer fazer o curso e o porquê de fazê-lo na Estônia (pode ser uma péssima ideia mencionar qualquer coisa sobre a Rússia nessa carta; foque em falar bem da Estônia e dizer que o idioma deles é lindo e que você adoraria aprender sobre essa cultura tão diversa). Mais informações pelo site Study in Estonia.
A área de TI na Estônia é muito bem conceituada, mas com uma concorrência muito maior. No último relatório da OECD, a Estônia ficou em 7º lugar como um dos melhores sistemas educacionais do mundo, atrás apenas de países asiáticos e da Finlândia.
Depois de aceito: Você é mandado para a imigração, o que pode ser um desafio se você não falar russo ou estoniano, ou se não tiver uma pessoa local para te ajudar. Não existe visto de estudante na Estônia e sim, residência temporária pra estudos. Como brasileiros podemos entrar na Estônia com visto de turista (graças ao acordo Schengen, o que significa que você pode vir e ficar por 90 dias sem passar por nenhum processo de visto). Sendo assim, você pode aportar aqui como turista, mas como o processo pode levar até dois meses é bom se dirigir logo em seguida ao departamento responsável, que no caso é a polícia.
Leve todos os documentos e reze para a Universidade ter enviado o seu aceite para eles. No meu caso eles ainda não tinham recebido e tive que entrar em contato com a universidade (sim, é meio parecido com Brasil por aqui, a burocracia e falta de entendimento dos que prestam o serviço reinam). Nunca ouvi alguém tendo esse tipo de visto negado, mas não posso garantir que é 100% garantido de conseguir.
O visto tem validade de um ano e tem que ser renovado dois meses antes dele expirar. Nesse caso, além de tudo isso ter que ser apresentado de novo, você também terá que pedir na universidade uma declaração de continuação de estudos e um anexo de extensão de visto, para ser preenchido no departamento de serviço ao estudante estrangeiro da sua universidade. Depois do visto garantido você tem que ir a outro departamento buscar uma espécie de “identidade”.
Comprovante de renda ou de patrocinador: Aqui vai muito da sorte de quem vai te atender. Eu tive problemas porque não tinha traduzido os contracheques do meu pai. A primeira pessoa que me atendeu falou que só o valor seria necessário, mas a segunda não aceitou ser estar traduzido, então a minha noiva teve que assinar um termo de responsabilidade pelo meu patrocínio (mediante comprovação de renda da própria).
Trabalho: o estudante de BA não tem direito a trabalhar. Esse é um direito reservado apenas aos que estão cursando MA, contanto que não prejudique os estudos.
Bolsa de estudos: existem diversas modalidades. Não há nenhuma específica para brasileiros – pelo menos na minha universidade – mas não considero difícil conseguir uma. Eu consegui no departamento estoniano de pesquisa (fundação Archimedes), e há também bolsas de acordo com seu desenvolvimento no curso.
No mês que vem tem mais informações!
5 Comments
Poxa, que bacana, primeira vez que leio alguma informação acurada sobre a Estônia sem ser de natureza turística. Incrível como burocracia é uma porcaria onde quer que você vá, né? Aqui, o que eu gostaria de te perguntar é se você tem algum conhecimento da língua estoniana ou se você pretende aprendê-la. No primeiro caso, você poderia me dizer se foi muito difícil aprender essa língua fino-urálica tão específica? Eu sempre tive uma paixão por idiomas estrangeiros e as línguas urálicas sempre me despertaram interesse – o Húngaro, por ser um idioma tão diferente de todo o resto que o rodeia (por exemplo, o tcheco,o esloveno e o eslovaco são extremamente parecidos); o Finlandês, por ter uma fonologia tão próxima do Japonês e o Estoniano por ser tão próximo do Finlandês, que já me fascina. Eu falo um pouco de finlandês, apesar de ter um péssimo ouvido para a língua ainda… então, o que você teria a me dizer? Obrigado.
Muito bom o post Heloísa! Com uma riqueza de detalhes muito grande. Eu estou neste exato momento me aplicando para o TUT!
Oi Heloísa, tudo bem? Primeiramente, muito obrigada pelo post, muito esclarecedor! 🙂
Tenho uma pergunta super simples pra te fazer (e tô desesperada caçando essa informação, me ajuda porfavorzinho haha). Eu fui aprovada pra fazer meu mestrado na Estônia (YEY!) em animação, na Eestii Kunstiakadeemia (Estonian Academy Of Arts), começando agora em setembro. Tá tudo certo com a faculdade já. Resolvi tirar meu visto aí mesmo como vc fez, pq pra tirar aqui tem que ir pra Brasília (moro em Belo Horizonte), é mais burocrático, mais caro, etc. Mas agora que estou comprando meu vôo, não sei se tenho que comprar um vôo que seja de ida e volta dentro de três meses pra poder entrar primeiramente como turista, entende? Em alguns países da União Européia (como o Reino Unido, por exemplo), eles exigem q vc apresente a passagem de volta pra te deixarem entrar como turista. Resumindo, quando vc entrou na Estônia, vc precisou apresentar uma passagem de volta?
MUITO OBRIGADA desde já!! 🙂
Beijo!
Tamires, a Heloísa parou de colaborar com o blogue e no momento estamos sem colaboradora na Estônia. Em geral, quando a pessoa não tem ainda o visto de permanência para o país, recomenda-se ter a passagem de ida e volta, sim, para evitar problemas na alfândega. Não ter a passagem pode acarretar na proibição da entrada. Verifique com a companhia aérea as formas de reembolso para o trecho que possivelmente não será utilizado.
Edição BPM
Os cursos são lecionados em inglês?