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    Home»Áustria»O parecido e o diferente de se morar fora do Brasil
    Áustria

    O parecido e o diferente de se morar fora do Brasil

    Ana DietmüllerBy Ana DietmüllerSeptember 15, 2016Updated:September 14, 201813 Comments7 Mins Read
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    Fonte: Pixabay
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    Como é, de verdade, viver em um país que não é o nosso? As situações – para nós – impensáveis ou inexistentes e as coisas bem parecidas – sim, elas existem também – com a realidade brasileira às quais temos de nos deparar, acostumar e viver? Faço um apanhado de algumas das minhas experiências “parecidas” e “diferentes”, que me trouxeram uma boa dose de reflexão aqui na Áustria.

    “Quem limpa sua casa?”

    Aquela conversa, para nós brasileiros, quase banal, do tipo: – Ah, só você, o marido e o nenê? Quem lhe ajuda com a limpeza da casa?

    Inicialmente, cabe dizer que, aqui, ninguém lhe pergunta isso, uma vez que o software austríaco, comporta uma só resposta  – para eles – óbvia: – Quem limpa minha casa? Eu mesma!

    Não existem profissionais domésticas como as que temos no Brasil, creio eu, que por algumas razões: o serviço é especializado, pontual (por hora), e relativamente caro. A hora varia entre 10 EUR a 12 EUR. Então, a maioria das pessoas costuma fazer por si mesma. Se você é médica, engenheira, condessa, caixa de supermercado, vendedora de loja, aposentada ou dona de casa, no fim das contas, é você mesma quem limpa sua casa. Até aqui, nenhuma surpresa para mim, pois tanto minha família, quanto eu – após deixar a casa dos pais – nunca tivemos uma profissional de limpeza em casa. Tudo sempre foi feito por nós mesmos.

    Ok, mas se é igual à realidade que eu tinha, o que tem, então, de diferente? A forma de administrar a manutenção da casa, evitando, assim, sobrecarga, ao mesmo tempo em que se faz uma poupancinha de 50 euros/hora. É o fazer um pouquinho, possível, a cada dia, mas todos os dias. Por exemplo: tomou banho? Já limpa a banheira. Fez as necessidades pesadas? Já passa a escovinha com o desinfetante. Encerrou a função de louça? Já esfrega a pia e deixa pronta para o próximo dia. Desse jeito, as coisas se conservam limpas e sem acúmulos e o famoso “dia do faxinão” passa a não existir mais. Para alguns pode parecer óbvio, mas para mim, isso foi um aprendizado e tanto.

    Lei também: Tudo que você precisa saber para morar na Áustria

    Visitas longas:

    Se você avisar algum amigo austríaco – sobretudo das gerações mais velhas, uma vez que os jovens já demonstram um comportamento diverso, pois estão acostumados a viajar pelo mundo e experimentar outras situações – que está chegando para uma visita longa, não espere ser convidado para ficar na casa dessa pessoa. Visitantes ficam em hotéis! Mesmo que a casa tenha 2 andares, e vários cômodos. Isso não é costume deles, que primam muito pela privacidade, tanto deles, quanto de seus hóspedes. Às vezes, até mesmo com familiares é assim. Tenho uma amiga que resume bem o que quero dizer: – Ai, amo quando meu irmão vem nos visitar, adoro ele de paixão, sempre nos demos muito bem, mas gosto também quando ele volta para o hotel, assim temos nosso momento – eu, meu marido e as crianças -, privado, de volta. Eu acho isso engraçadíssimo e, no meu caso, impraticável!

    Funerais:

    Se algum conhecido ou familiar falecer, espere um convite formal para comparecer ao velório e enterro. E, se não ganhar convite, não compareça sob hipótese alguma. Isso seria encarado como extrema falta de educação e ofensa à privacidade da família. Essa coisa que nós, brasileiros, fazemos de ir avisando e comparecendo, aqui, definitivamente, não existe. O enterro ocorre uma semana, ou duas, após o falecimento (sim, por razões históricas, que se mantêm até hoje e isso tem a ver com a neve extrema que cai nos vales e impede a abertura de túmulos durante esse período do ano, o defunto fica na câmara fria aguardando o dia de seu enterro). E, após a cerimônia – a qual deve-se comparecer formalmente trajado -, a família convida os participantes para um almoço, em restaurante, ou um café em alguma confeitaria. Para mim, esquisitíssimo, mas tive de respeitar e me adaptar.

    Sociedade tolerante:

    Em 2014, a vencedora do maior concurso de música da Europa – Eurovision Song Contest, concurso que revelou talentos como o ABBA, por exemplo –  foi a austríaca Conchita Wurst. Até aí, tudo comum, certo? Nem tanto. Quem a Áustria enviou como sua representante é que é o interessante: uma figura, linda, trajada com vestidos de extremo bom gosto, cabelos longos e… barba! Nascida como Tomas Neuwirth. Quando me deparei a primeira vez com a imagem de Conchita na TV, minha primeira reação foi: – Que mensagem essa pessoa quer me transmitir? Talentosíssima, inteligente, instigante e corajosa, sofreu resistência em solo austríaco, e fora dele, quando até petições de outros países foram enviadas para que sua participação no concurso fosse cancelada. Felizmente, a maioria dos austríacos e o bom senso dos organizadores apoiaram a candidatura de Conchita, que saiu vencedora, sendo, inclusive, elogiada por Ban Ki Moon, na sede da ONU, por ser portadora de “poderosa mensagem”!

    Ao final das contas, Conchita transformou-se em ícone nacional.  E isso me fez perceber que há uma carga maior de tolerância social do que de discriminação e ódio. Do contrário, Conchita não seria escolhida como representante do país perante a Europa toda. Há os preconceituosos e ultraconservadores? Claro! É uma sociedade formada por seres humanos e, não um paraíso celeste. Porém, observo que a aceitação do “diferente” é muito mais tranquila, seja nas ruas, nas escolas – cuja formação de respeito e acolhimento às diversidades e minorias faz parte do programa, oficial, de ensino desde o Jardim de Infância – ou na sociedade como um todo dinâmico.

    O papel do esposo/companheiro na família:

    Vai soar freudiano o que vou dizer agora, mas lá vai: encontrei uma sociedade cujos pais têm o comportamento bem parecido com o do meu próprio pai. Explico-me: meu pai sempre auxiliou muito minha mãe nas tarefas domésticas, cozinhando, passando roupa, limpando a casa, enfim. Por conta disso, há 40 anos, virou a diversão das vizinhas –  frise-se que não dos vizinhos – de condomínio, pois após chegar do trabalho, lavava minhas fraldas e era visto ou as estendendo ou as recolhendo do varal. Minha mãe – que dava aula em dois colégios, de manhã e à tarde, além de cursar a faculdade à noite – sempre ouvia das vizinhas que essa coisa do seu marido estender roupas era “engraçada”. Quando aqui cheguei, percebi que os pais também são “engraçados”: na sua grande maioria, o austríaco moderno “pega junto” com a esposa nas tarefas da casa e da criação dos filhos. Ele não é apenas provedor, mas, além disso e por iniciativa própria, assume o papel de “mãe e dona de casa”, para que a esposa/companheira tenha uma pausa, possa fazer o que quiser ou, simplesmente, se permita não fazer nada também como medida de descanso. As tarefas são, literalmente, partilhadas. E observo – inclusive pelo meu próprio marido – que esse tipo de atitude engajada e pró-ativa só aumenta a harmonia familiar, evitando, portanto o máximo de estresse quando os assuntos são casa e crianças.

    Ok mas, de novo, se é parecido com o que eu via meu pai fazendo no Brasil, qual é o aprendizado dessa vez? A forma como a sociedade austríaca enxerga esse papel de engajamento dos pais/companheiros. Aprender a ver com outra lente essa circunstância foi a grande lição para mim. O comentário de uma vizinha a respeito do tema, conclui o que pretendo trazer: – Mas, Ana, se eles não fizerem assim, que exemplo darão para os próprios filhos? Com aproximadamente 18 anos, os filhos e filhas saem de casa e no que o pai deles contribuiu para que eles não passem trabalho com atividades simples do dia a dia, como lavar roupa, limpar a casa, enfim, se autodeterminarem?

    Sem mais, reservei-me aos meus pequenos pensamentos, mas grandes aprendizados!

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    Ana Dietmüller

    Ana é gaúcha de Porto Alegre e advogada. “Escrevinhadora” por aventura; curiosa e analítica por hobby. Acostumada aos 15 anos de correria profissional, quando chegou à Áustria, em 2012, precisou aprender a desacelerar: e, morar em um lugar que é destino de férias para muitos, ajudou bastante. Com outro olhar e outra alma, o mundo passou a ser visto através de cores, de cheiros, de sons, de sabores e de imagens maravilhosamente desconhecidos. Mora na Áustria com o marido e o filho e, após toda essa mudança de vida e de hábitos, escreveu seu primeiro livro: Histórias de morar fora. São crônicas que mostram como é, de verdade, morar fora do Brasil. Disponível pela Amazon na versão eletrônica e para impressão.

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    13 Comments

    1. Elizangela on September 16, 2016 8:52 pm

      Adorei o seu texto e suas considerações.

      Reply
      • Ana Dietmüller on September 18, 2016 9:54 pm

        Alô, Elizangela!

        Muito obrigada por ler e comentar!

        Fico muito feliz que minhas experiências te tenham bem impactado!

        Grande abraço e até o próximo artigo!

        Reply
    2. Regina Oki on September 16, 2016 9:51 pm

      Texto de uma profunda delicadeza e, ao mesmo tempo, de uma enorme reflexão. Vi um pouco da Holanda, também, e acredito piamente que uma sociedade evoluída se faz através da tolerância e do engajamento, ingredientes da harmonia que vemos em países como os que demos sorte de acrescentar na nossa história. Baita beijo, minha querida!

      Reply
      • Ana Dietmüller on September 18, 2016 9:51 pm

        Amada Regina!

        É uma honra um elogio teu em um artigo meu!

        Tens razão, “demos sorte” em acrescentar esses dois países em nossas respectivas histórias de vida!

        Muitíssimo obrigada novamente.

        E ainda não perdi as esperanças do nosso “café”. Hehehehe!!!

        Enorme beijo!

        E até o próximo artigo!

        Reply
    3. Paty on September 19, 2016 1:46 am

      É interessante.

      Reply
    4. Northon Prado on September 19, 2016 2:39 am

      Parabéns mais uma vez Aninha! E obrigado por compartilhar suas experiências conosco.Beijão e sucesso.

      Reply
      • Ana Dietmüller on September 19, 2016 8:14 am

        Amado!

        Obrigada por ler e comentar!

        Quando se chega nesse ponto de vida (um pouquinho de experiência prá se trocar), acho construtivo, pelo menos, partilhar dessas coisas todas.

        Baita beijo e até o próximo artigo.

        Reply
    5. Marcia on September 21, 2016 12:49 pm

      Olá Ana, trabalho numa consultoria de treinamentos interculturais, e para alguns treinamentos convidamos alguém com experiência no pais de destino para dar um testemunho, teremos um treinamento para um participante que esta indo para a Áustria, talvez você possa nos ajudar, você tem algum e-mail ou skype para que possamos conversar melhor sobre isso?

      Obrigada

      Reply
      • Ana Dietmüller on September 21, 2016 2:41 pm

        Oi, Marcia!

        Obrigada por contatar.

        Deixarei meu email neste endereço de onde escreveste (treinamento@gline.com.br), ok?

        Após, se evoluirmos, trocamos Skype, pode ser?

        Obrigada.

        Reply
    6. Nádia on November 23, 2016 5:18 pm

      Olá Ana,

      Obrigada por me indicar o link desta matéria sobre ( homens/marido austríaco ).
      Excelente kkk percebí que as mulheres no Brasil estão anos luz na frente dos homens no quesito pensar” compartilhar tarefas e a criação dos filhos ).
      Só nos falta dar um grito e mostrar oque realmente queremos e podemos.
      Bela matéria a sua, uma troca de experiência incrível !!!

      Beijo no coração

      Nádia

      Reply
      • Ana Dietmüller on November 29, 2016 2:22 pm

        Alô, Nádia!

        É um prazer compartilhar.

        Obrigada por ler e comentar.

        Minha única certeza é de que aprendo, e muito, por estas bandas e tudo o que puder trazer de contribuição procuro fazê-lo.

        Obrigada mais uma vez e até a próxima!

        Reply
    7. Antonio Ferreira on February 1, 2017 2:55 am

      Oi Ana, obrigado por usar o seu tempo para nos passar sua experiência de vida! Sou interesado por conhecer e aprender outras culturas e espero poder visitar outros países, deve ser maravilhoso! Me identifiquei com essa questão de ajudar com os afazeres domésticos, também ajudo minha esposa, normal né?! No demais , felicidades para você e sua família, que você seja bem sucedida em tudo que fizer. Abraços!

      Reply
      • Ana Dietmüller on February 1, 2017 10:35 am

        Alô, Antonio!

        Muitíssimo obrigada por ler e comentar!

        Parabéns por auxiliar tua esposa. Casamento é contrato e os dois são “sócios”, né? Hehehehe!!! Ambos precisam “botar a mão na massa”. Parabéns novamente.

        Desejo que viajes a todos os destinos que tens como sonho. A gente gasta dinheiro, mas ficamos mais ricos após uma viagem interessante.

        Muito obrigada pelos teus votos e desejo em dobro prá ti e prá tua família.

        Grande abraço!

        Reply

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