Luciano Brilho, dono de Oh My Gosh Brigadeiros em Miami.
Para o Clube do Bolinha, esse mês compartilho uma entrevista achocolatada com o Luciano Brilho, brasileiro natural do Rio de Janeiro. O Luciano vem impressionando americanos e trazendo mimos da nossa terrinha com a loja linda e serviços de catering de brigadeiros top. A loja dele é a Oh My Gosh Brigadeiros em Miami, na Florida. Gente, morri. Sério.
Queria saber do Luciano a perspectiva dele sobre ser dono de um negócio aqui. Segue nossa entrevista. Enjoy!
Vi no seu site que você completou seus estudos na área de hotelaria e turismo. Acabou em brigadeiro. Qual foi sua motivação?
Luciano –Depois de me formar em turismo, aqui em Miami, voltei para o Rio. Foi no Rio que tivemos a ideia, em casa vendo TV. Eu, minha mãe, meu pai, e meu irmão bolamos o conceito para uma brigaderia. “Vamos abrir?” Concordamos. “Vamos.” Sabíamos que não tinha nenhuma outra loja de brigadeiros até então na Florida, e resolvemos ser os primeiros a correr esse risco e botar esse projeto em prática.
Meu pai já tinha uma conexão forte com Miami. Voltei para Miami, assinamos o contrato para alugar o espaço e começamos a tocar o negócio.
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Uma das coisas que me atraiu foi o design todo da loja. Como desenvolveram esse conceito?
Luciano – Alugamos uma loja que estava completamente destruída e foram 8 meses entre licenças e obras.
Desde o detalhe das mesas até a pintura nas paredes (que é são pingos de brigadeiro) foram todas nossas ideias. É claro que tive ajuda da mãe, da namorada, do irmão, da família. Todo empenho para o lançamento desse negócio foi nosso.
E valeu – a loja ficou super delicada. Ficou super bonita. E as pessoas começaram a se interessar.
E esse nome, Oh My Gosh Brigadeiros, como surgiu?
Luciano – Foi uma sacada! Sentamos e pensamos em como seria o nome. No rabisco saiu de tudo.
Com o brigadeiro, sendo um produto que está começando a ser conhecido nos EUA, procuramos um nome que fosse aproximar mais os americanos a um produto novo.
“Oh My Gosh” cobre 3 fatores importantes para nós:
1. Paladar – quando o cliente prova e fala “Oh My Gosh;”
2. Cheiro da loja – que cheira a chocolate (inclusive a produção é dentro da loja com uma cozinha aberta); e
3. Visual – que as pessoas entram e falam “Oh My Gosh.”
Quais habilidades suas você acha que contribuem para o sucesso do seu negócio?
Luciano – Eu gosto sempre de conversar com os clientes, de saber se gostam do produto, do atendimento. É importante pedir um “feedback” para poder avaliar.
Eu fui, acreditei e fiz. Dá trabalho e você tem que abrir mão de muita coisa. Você tem que focar completamente no seu projeto. Tem que correr atrás do seu sonho, seu objetivo. E também tem que se associar com pessoas que fazem as coisas acontecer – como a Roberta Salgado, sócia e responsável pelo setor da nossa produção. Fazer tudo sozinho é impossível. Tudo depende muito da sua vontade e do seu foco.
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Se você pudesse começar de novo, tem algo que faria diferente ou melhor?
Luciano – Não, não faria. Tudo foi feito com muito carinho, amor, e todo envolvimento nosso. Se voltasse, seria a mesma coisa – o empenho e a dedicação não mudariam. Aprendi muito. Já conheci muitas pessoas que me ajudaram. Foi muito bom para mim e foi uma experiência que jamais imaginei que eu conseguiria.
Sendo Brasileiro aqui nos EUA, você acha mais difícil ser dono de um negócio?
Luciano – Somos baseados em Miami. Aqui tem muito latino e muito brasileiro também. A nossa intenção é mostrar para o americano o que é o brigadeiro. Apesar de fazermos questão de servir os brasileiros por aqui, nosso produto não é focado só para o povo brasileiro. Aliás, nossas pesquisas indicam que nossos maiores clientes são os latinos, seguidos em 2º por americanos e brasileiros juntos.
Em Miami fica muito complicado abrir um negócio que é focado somente em clientes brasileiros. Fica muito difícil para o negócio sobreviver e expandir.
A nossa loja não tem muito movimento de pessoas caminhando. As pessoas vêm direto à loja, porque nos viram no Instagram, no Facebook, ou porque provaram o produto num casamento, numa festinha.
O principal para nós é o marketing boca a boca, que vem quando o cliente recebe o atendimento que damos. Fazemos de tudo para criar uma experiência favorável para o que o cliente queira voltar e falar para seus amigos nos visitar.
Como você encara a possibilidade de um fracasso?
Luciano – Mesmo acreditando no projeto e no conceito, quando você inclui um produto diferente numa cultura diferente, o risco é gigantesco. O investimento não foi pequeno. Sabíamos dos riscos, tudo foi conversado e calculado. Quando você começa uma empresa, naquele 1º ano você se preocupa com esse risco do fracasso, mas já passamos dessa preocupação há muito tempo. Nossa loja é um sucesso e foi um sucesso desde o 1º dia.
E o que o futuro traz para Oh My Gosh Brigadeiros?
Luciano – Hoje já estamos com um projeto de expansão. Estamos nos preparando para abertura de filias por todo o EUA.
Desde o início fiz questão de vivenciar todos os detalhes da empresa, desde atender os clientes na frente da loja, limpar o chão quando tem que limpar, até fazer entregas 9 horas da noite. Faço tudo e acho que isso é fundamental para aprender. Hoje me sinto super preparado para a nossa expansão.
Quais dicas daria para um empresário pensando em começar seu própria negócio nos EUA?
Luciano – Eu admito que o jeito que nós começamos a Oh My Gosh Brigadeiros, não foi da forma mais planejada. Não fizemos um estudo de mercado, não tínhamos um business plan, não fizemos nada muito formal.
Nem todo mundo deve começar assim. Se você quer montar um negócio, faça um estudo de mercado, e bote a ideia no papel para viabilizar. Pense se o seu negócio vai se adaptar nesta cultura. Faça uma pesquisa, ou contrate uma empresa que faça. Saiba sobre as legalidades no trabalho – o que pode, o que não pode. São muitos aspectos que não são nada fáceis. Mas a pessoa estando disposta, tendo vontade, querendo se entregar ao seu projeto, corra atrás que o sucesso vem correndo também. Tire da teoria, coloque em prática, e acredite.
E para finalizar, você quer mandar um beijo para quem?
Luciano – [Risos] Vou mandar um beijo para minha mãe, no Rio. Para a Grazi, para meus amigos, para meu pai, meu irmão, e para minha família. Não é clichê – se não fossem eles, nada teria acontecido. E um beijo para você por esta oportunidade de estar conversando com você e seus leitores. Obrigado!
O Luciano pede que visitem a loja em Miami se estiverem por lá. Ou quem sabe em breve terá uma loja da Oh My Gosh Brigadeiros na sua cidade nos EUA!?
Um super obrigado ao Luciano pela oportunidade de entrevistá-lo. Procurando mais informações, ou morrendo de vontade de encomendar a sua caixa de Oh My Gosh Brigadeiros, visite o site.
4 Comments
Achei muito legal a materia, a forma como o luciano descreve os acontecimentos de como nasceu a criação da a lojinha de brigadeiros, nos faz comparar a mesma situação aqui no Brasil, onde ter uma boa ideia, nem sempre é uma boa ideia. Pois aqui a chance de um negocio nao ser auto sustentavel desde sua abertura é de 100%. Numa economia estavel, as previsões sao mais acertadas, o risco pode ser melhor calculado. Não basta ter talento, ou uma boa idéia, ou uma boa gestão. Infelizmente no Brasil se o respaldo, famoso capital de giro não for muuuuuito alto, o negocio não ira se sustentar. Enquanto eu lia a reportagem estava pensando, puxa vida que sorte o Luciano teve de poder ter acesso a um Pais de economia estavel, estou montando um negocio que não sera uma loja, porem um bike food, e nem ainda comecei a vender os produtos e só de taxas e de custos, provavelmente ja ultrapassou o que o luciano gastou em dolar pra montar toda a estrutura dele em miami. Me digam como um pais desse tem como incentivar o empreendedorismo? INVEJA BRANCA DO LUCIANO… parabens e todo sucesso pro negocio!
Oi Luciano, obrigado pela análise de comparacão com a economia do Brasil! Obrigado por ler! Boa sorte aí. Um grande abraço.
Ele é demais! Fofo, lindoooo, inteligente e ė um sucesso!! Parabéns Luciano!! Muito orgulhosa e torcendo sempre por você. Amei a entrevista!
Obrigada, Silvia!