Facebook Twitter Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    • Home
    • Sobre o BPM
      • Time do BPM
      • Autoras
      • Contato
      • Na Mídia
      • Blogs
    • Colabore
    • Custo de Vida
      • Quanto custa
      • Cheguei e agora?
      • Custo de Vida Pelo Mundo
    • Países
      • Alemanha
      • Austrália
      • Áustria
      • Canadá
      • EUA
      • Espanha
      • França
      • Inglaterra
      • Itália
      • Japão
      • Polônia
      • Portugal
      • Suécia
    • Mais
      • Dicas para viajar sozinha
      • Relacionamentos online
      • Turismo Pelo Mundo
      • Vistos
    • Intercâmbio
      • Intercâmbio pelo Mundo
    Facebook Instagram
    BrasileirasPeloMundo.com
    Home»Brasil»Brasil – Quando amar machuca
    Brasil

    Brasil – Quando amar machuca

    Fabi MesquitaBy Fabi MesquitaMarch 17, 2015Updated:March 17, 201527 Comments5 Mins Read
    Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Share
    Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

    Durante o tempo em que vivi na Ásia criei e participei de algumas associações de mulheres para defender e proteger o interesse de mulheres brasileiras. Ali me deparei com inúmeras vítimas de violência doméstica. Em alguns casos a situação dessas mulheres era tão gritante que não seria nem um pouco de exagero enquadrar o caso de algumas dessas moças em situação de tráfico de pessoas. Fiquei surpresa ao notar que mesmo de volta ao Brasil eu mantive um elo que não se quebra.

    Por algum motivos devo ter me tornado algum tipo de referência porque volta e meia pisca meu WhatsApp com alguém me pedindo ajuda do Vietnã, das Filipinas… São muitos casos de espancamento, de abandono e até cárcere privado. Há questões complicadas do direito internacional que tornam-se ainda mais complicadas quando o casal é de duas nacionalidades, e particularmente críticas quando existe uma criança envolvida.

    O que leva uma mulher a abandonar tudo para seguir um homem?

    Em geral, amor, mas há também o sonho de uma vida melhor, a expectativa de sonhos realizados e muitas vezes uma oferta “imperdível” de abandonar um passado de miséria e falta de perspectivas.

    Muitas de nós, mulheres expatriadas, somos pessoas esclarecidas, estudadas, profissionalmente ativas e com independência financeira, no entanto outras tantas são pessoas humildes, pobres, muitas vezes profissionais do sexo, atraídas pelo “canto da sereia”.

    Lembro que quando decidir ir embora por amor, seguindo meu então namorado até a Indonésia, me deparei na Polícia Federal com um cartaz que continha os seguintes dizeres: “ Se alguém lhe oferecer casa, comida e roupa lavada no exterior, desconfie!”.

    Untitled

    Para muitas mulheres esse era o aviso que faltava para que não incorressem no maior erro de suas vidas.

    O cartaz fazia parte de uma campanha da Polícia Federal Brasileira e do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, a UNODC, contra o tráfico de seres humanos.

    A imagem do que temos sobre tráfico de seres humanos é às vezes muito fantasiosa, ligada ao imaginário cinematográfico de homens tatuados e moças lindas leiloadas, mas fora esses casos que de fato existem, a questão da mulher refém de uma situação dessas é muito mais prosaica. Outro cartaz da campanha sobre tráfico dizia: “Primeiro eles tiram o passaporte, depois a liberdade”.

    Algumas dessas mulheres saem do Brasil com a promessa de se tornarem artistas, bailarinas, modelos e acabam vítimas da exploração sexual.

    Esse vídeo é pra mim um dos trabalhos mais interessantes já realizados no sentido de falar sobre a questão da exploração sexual. É uma campanha que foi criada nos Países Baixos, no famoso Red Light District em Amsterdã.

    Mas nem toda mulher expoliada, maltratada e espancada foi traficada. Muitas delas estão no seio de uma família aparentemente “normal” e ainda assim são espancadas, humilhadas e privadas de sua liberdade. Algumas dão a volta por cima; outras, aceitam a dor como sina.

    Quando voltar para casa pode salvar sua vida

    Nas Filipinas lidei com casos de maridos poderosos, europeus e asiáticos, que compravam o poder local e que faziam uso de sua influência junto às embaixadas para manter suas mulheres em situação de violência. Algumas delas teriam condições financeiras de voltar para casa, mas os filhos normalmente são a moeda de troca elas acabam ficando para não perderem seus rebentos, outras não tinham dinheiro ou documentação para voltar. Haviam entregue sua vida nas mãos de seus algozes. A dificuldade com a língua estrangeira é outro motivo que dificulta a busca por ajuda.

    Presenciei sequestros de crianças e prisão de mulheres sob falsas alegações. Impossível contar tudo em um post, mas o que quero com essa breve introdução ao assunto é dizer duas coisas:

    Não há maior amor que o amor próprio. Muitas dessas mulheres permanecem se submetendo a tudo isso por conta da vergonha de voltar para casa “fracassadas” e assumirem para a família que seu casamento, emprego, sonho, deu errado. Muitas dessas moças preferem a agressão do que a dor do julgamento da família e amigos. E é preciso que se saiba, a violência contra a mulher não escolhe classe social. Muitas das moças que socorri eram ricas e “bem nascidas”. Nesses casos, o medo do julgamento social era ainda maior. Meu conselho nesses casos é sempre o mesmo: Voltar para casa pode salvar sua vida!

    Encontre aqui um guia de retorno ao Brasil, idealizado pelo Itamaraty.

    A segunda coisa que quero dizer é que não importa o quanto você ame um homem, você não pode se limitar a viver a vida dele. Não pare de estudar, de trabalhar, de cultivar amizades e de sonhar seus próprios sonhos. Se o “seu homem” for tudo que você tem, então você tem muito pouco. Tenha sempre uma reserva de dinheiro, se possível; não pare de pagar sua aposentadoria, mantenha-se independente e com relação aos filhos, deixe sempre tudo “preto no branco”. Se estar na mão de alguém dentro do seu próprio país já é muito difícil, imagine a milhas de casa. Saiba que sua embaixada tem a obrigação de te proteger. Fico feliz de saber que desde a primeira moça que socorri, até às ultimas duas que socorri no mês passado, ajudando daqui do Brasil, as embaixadas brasileiras hoje estão muito mais sensibilizadas e comprometidas. Há ainda ONGs, Delegacias e Grupos de apoio. Peça socorro e saia dessa vida. Você merece ser feliz.

    Núcleo de Assistência a Brasileiros no Exterior

    Divisão de Assistência Consular

    E-mail: dac@itamaraty.gov.br

    Fax: (+ 55 61) 2030-8800

    Em casos de emergência, acesse o site do Portal Consular.

    Já há números gratuitos disponíveis para brasileiras em diversos países do mundo. Não hesite em buscar ajuda!

    Textos relacionados

    • Tempos difíceis para os sonhadores
    • Religiões em Myanmar: Os Nats em Myanmar
    • Mudanças em Myanmar
    • Religiões em Myanmar: O animismo
    • Festivais de Myanmar – Thadingyut, a festa das luzes
    • Coronavírus em Myanmar
    Clique aqui para ler mais artigos da mesma autora
    ajuda em caso de violência doméstica no exterior casamento com estrangeiro tráfico de mulheres tráfico humano vida no exterior violência contra mulheres no exterior violência doméstica
    Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
    Fabi Mesquita
    • Website
    • Facebook
    • Instagram

    Fabi é uma mulher de fibra, que carrega no coração o mundo inteiro. Jornalista e bailarina, tem mestrado em Educação, Arte e História da Cultura e é doutoranda em Antropologia, mas nem liga para esses títulos porque o que ela gosta mesmo é de estar no meio da moçada, promovendo Direitos Humanos e empoderamento popular. Atua com educomunicação e juventude desde que se entende por gente, e ganhou em 2015 o título de mulher inspiradora pelo coletivo feminista "Think Olga" que nomeia os destaques femininos em suas áreas de atuação. Fabi é consultora em comunicação e mobilização social e ja trabalhou para diversas agências das Nações Unidas, além do CDC de Atlanta, além de diversas ONGs e Fundos. Escreve para esse blog desde 2013. Ela tem rodinhas nos pés e asas nas costas. Talvez por isso alguns a chamem de fada. Não tentem descobrir de onde ela é, porque ela pertence a muitos lugares e ao mesmo tempo a nenhum. Essa aquariana de riso farto, tira leite de pedra por onde quer que vá. Saiu do Brasil para morar na Indonésia em pleno pós Tsunami sem falar nenhuma palavra de inglês, se virou bem e daí pras Filipinas e Vietnã. Fez uma pausa no Brasil e depois Suíça. Agora está em Myanmar. Por quanto tempo? Não se sabe. Ela segue à risca o conselho de Frida Kahlo que diz: Onde não puderes amar, não te demores...

    Related Posts

    O meu sucesso não é o mesmo que o seu!

    August 20, 2021

    Vacina: nossa responsabilidade como cidadãos

    June 16, 2021

    Não está sendo fácil ser brasileiro dentro e fora do país

    May 24, 2021

    27 Comments

    1. Lyria Reis on March 18, 2015 9:14 am

      Fabi, esse texto é SUPER IMPORTANTE! Parabéns!

      Os números de telefone gratuito são:
      Se estiver em Portugal ligue para 800800550, opção 1 e informar o número 61-37990180;
      Na Itália ligue para 800172211, opção 1 e informe o número 61-37990180.
      Na Espanha ligue 900990055, opção 1 e informar o número 61-37990180.
      https://sistema3.planalto.gov.br/spmu/atendimento/atendimento_mulher.php

      Reply
    2. Miriam on March 20, 2015 1:55 am

      A verdade é que ainda temos uma longa e ardua estrada até conquistarmos de fato direitos iguais. Belo texto Fabi. Bj

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 20, 2015 3:00 am

        O mais dificil é conquistar os direitos iguais sem nos tornarmos iguais a eles…

        Reply
    3. Ulisses Lacava on March 20, 2015 2:57 am

      Fani, esse trabalho é da maior importância. Nunca desista, nunca duvide. Como homem, sinto vergonha de meus pares que tratam mulheres assim. Espero viver o suficiente para ver essa realidade mudar – e não quero viver séculos.

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 20, 2015 2:59 am

        Como já diz o slogan de nossas parceiras, o Valente não é violento. Precisamos nesse mundo de mais homens valentes como você! 🙂

        Reply
    4. Patricia Souza on March 20, 2015 3:17 am

      Ótimo texto Fabi! É extremamente importante alertar para realidade que é assustadora, ter pessoas como você nesta luta é uma dádiva.

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 20, 2015 9:09 pm

        Infelizmente isso tudo é mais comum do que desejávamos né? Obrigada pela visita
        bjs

        Reply
    5. Tiago Briccoli on March 20, 2015 4:17 am

      Oi Fabi, Ótimo texto!
      Parabéns!

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 20, 2015 9:08 pm

        Muito obrigada querido
        bjs

        Reply
    6. ana on March 20, 2015 6:03 am

      Parabéns! Pela esta atitude linda e emocionante, o mundo necessita de mulheres guerreiras como você
      um forte abraço.

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 20, 2015 9:08 pm

        Como nós né? Toda mulher tem uma guerreira dentro de si
        Às vezes só precisamos despertá-las 🙂

        Reply
    7. Gabriela Chagas on March 20, 2015 9:26 am

      Muito bem Fabi….lembro de alguns casos la em Filipinas q vc ajudou…como sempre uma guerreira dentro de vc, como falamos uma fadinha! Otimo texto,parabens! Adorei!

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 20, 2015 9:07 pm

        ai minha linda
        vc também ajudou e muito né?
        penso que ser expatriada carrega no bojo essa necessidade de sermos solidarias umas com as outras
        saudade de vc
        bjs

        Reply
    8. Eugenia Lisboa Homem on March 20, 2015 9:39 am

      Fabi parabéns pelo texto e pelo exemplo de solidariedade. Ou divulgar, tenho uma amiga brasileira que mora na Ásia. Beijo grande egenia

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 20, 2015 9:06 pm

        tomara que eu tenha podido ajudar de alguma forma, né? Obrigada pela leitura do meu texto bis

        Reply
    9. Inaie on March 20, 2015 9:41 am

      Fabi, Graças a Deus não encontrei no meu caminho de expatriada mulheres que sofrem as barbaridades que você presenciou, mas conheço outras que vivem vidas miseráveis por ter vergonha de voltar para casa.
      Conheço mulheres que dormiram com o principe e acordaram com o sapo – e se o sapo não bate, esconde passaporte e tranca a geladeira, muitas mulheres escolhem viver no brejo da relação sem amor, sem respeito, sem cuidado, por ter medo de recomeçar do zero.
      Que cada dia mais as mulheres se libertem dos preconceitos e trilhem o caminho da liberdade.

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 20, 2015 9:05 pm

        Eu imagino que isso que vc aponta são barbaridades tão grandes quanto as agressões propriamente ditas
        como pode né? saudade!

        Reply
    10. Elianah Cunha on March 20, 2015 12:09 pm

      Fabi!!!

      Lindas e tocantes palavras – e realmente a sua frase “não importa o quanto você ame um homem, você não pode se limitar a viver a vida dele” – VERDADE VERDADEIRA!!!

      Obrigada por ser um “ombro” amigo e conselheiro de tantos (e tantas)

      Um beijo brava guerreira!!!

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 20, 2015 9:04 pm

        ai querida, que comentário reconfortante
        obrigada de coração
        bjs bjs

        Reply
    11. Ilah Fadilah on March 20, 2015 2:08 pm

      Fabi, adorei seu texto…parabéns!!!

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 20, 2015 9:04 pm

        obrigada querida
        bjs mil

        Reply
    12. Thereza Ferraz on March 21, 2015 1:34 pm

      Fá, muito bom artigo. Infelizmente é muito difícil mudar a cultura, Recentemente estive num casamento em que o pastor em seu discurso dizia que o homem é o pastor e a mulher a sua primeira ovelha e que ela deveria ser SUBMISSA a ele. Tive vontade de me levantar e dizer a ele e a todos: OVELHA? Mais o que é isso? SUBMISSA a ele? Como? que atraso. E as mulheres que concordam com isso, vão ficar no limbo a vida inteira. É cruel, pois ninguém quer contrariar o pastor . . . ora.
      Nossa luta por direitos e oportunidades iguais fica patinando diante de “verdades” como estas.

      mas a luta continua . . .

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 21, 2015 9:55 pm

        muita gente já bebeu e ainda bebe dessa água…

        Reply
    13. Lima on March 22, 2015 3:50 pm

      Fabi, você é uma inspiração… também como são essas mulheres que tem a força e coragem para sobreviver um amor desses. Recentemente me familiarizei com o trabalho dos antropólogos brasileiros Ana Paula da Silva (UFV) e Thaddeus Blanchette (UFRJ)… eles falaram do grande valor do trabalho de abolir trafico humano mas ao mesmo tempo deram exemplos dos mitos propagados sobre o assunto. Queria saber o que você pensa dos problemas que ele cita… como você tem muito mais informação e experiência na área. O artigo que eu li se chama “Cinderella Deceived: Analyzing a Brazilian Myth Regarding Trafficking in Persons.”

      Reply
      • Fabi Mesquita on March 22, 2015 7:13 pm

        puxa que legal! vou procurar o artigo! obrigada pela visita e pelo comentário! bis

        Reply
    14. leila dos santos amorim on July 13, 2016 2:37 pm

      Fabi,

      Muito bom seu texto, maravilhoso na verdade.

      Tem como saber mais sobre as historias das expatriadas que você ajudou?

      Achei isso incrivel!

      Um abraço!

      Reply
      • Fabi Mesquita on July 13, 2016 3:04 pm

        Oi querida, muito obrigada por tuas palavras! O que vc gostaria saber sobre elas? Posso contar o milagre mas não o santos rs…elas precisam ter a identidade preservada, mas se eu puder ajudar em algo, estou à disposição 🙂

        Reply

    Leave A Reply Cancel Reply

    This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

    • Facebook
    • Instagram
    Polônia

    Dia de Finados na Polônia

    By Ann MoellerOctober 28, 20240

    Dia de Finados na Polônia O Dia de Finados é comemorado oficialmente pela Igreja Católica…

    Novas gírias e expressōes faladas nos Estados Unidos

    March 1, 2023

    Terremoto na Turquia

    February 10, 2023

    Natal em tempos de guerra

    December 21, 2022
    Categorias populares

    Green Card e Residência permanente após o casamento

    April 26, 2015

    Como morar legalmente na Espanha

    August 7, 2015

    Como estudar no Ensino Superior em Portugal

    August 14, 2014

    Como é morar em Santiago no Chile

    June 28, 2014

    Validação do diploma brasileiro nos EUA

    May 20, 2016

    Cinco razões para não morar na Dinamarca

    April 19, 2015

    É brasileiro e reside no exterior? A Receita Federal ainda lembra de você!

    February 9, 2017

    Passo-a-passo para fazer mestrado ou doutorado com tudo pago nos EUA

    March 2, 2016
    BrasileirasPeloMundo.com
    Facebook Instagram
    • Sobre o BPM
    • Autoras
    • Na Mídia
    • Anuncie
    • Contato
    • Aviso Legal
    • Política de privacidade
    • Links
    © 2012-2025 BrasileirasPeloMundo.com

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.