Uma das minha maiores preocupações ao me mudar para a Ásia estava relacionada a alimentação. Já tinha tido uma experiência com a culinária asiática e confesso que, após quinze dias na Tailândia, meu estômago pedia desesperadamente por um junk food (hamburguer e assemelhados). Juro que meu estômago ficou 100% após um bom e tradicional cheeseburguer com muita batata frita, como me fez bem!
Quando decidi me mudar para o Camboja, disse adeus a feijoada, ao bife, a mandioca, ao pastel, ao pão de queijo e por aí vai. Mas nem tudo estava perdido. Em termos de frutas, verduras e legumes a comida aqui é bem parecida com a do Brasil. E também não é apimentada como a tailandesa. Ufa!
O que mais me incomoda em relação a comida local é que a maioria dos pratos são fritos. Não só o frango e o peixe, como o arroz em alguns pratos . Quando me mudei, passei um mês praticamente comendo local food (comida local). Fried rice (arroz frito) com fried egg (ovo frito) e legumes também fritos, fried noodels (miojo frito) e por aí vai. As sopas vêm sempre acompanhadas de arroz. Ou seja: dá-lhe carboidrato! Aí a jovem aqui, que tinha uma alimentação super bacana no Brasil, ganhou uns quilos a mais no primeiro mês. Mas, sem pânico, uma vez estabelecida a rotina, passei a comprar comida no supermercado, deixando meu prato mais abrasileirado. Ah, e também voltei para a academia, então tudo certo!
As comidas tradicionais são bem gostosas e entre as minhas preferidas estão o Fish Amok (às vezes, vem servido dentro do coco), um peixe branco assado com temperos e especiarias locais e custa entre dois e três dólares e o Beef Lok Lok que podemos comparar ao nosso famoso picadinho, este custa de três a cinco dólares.
Sempre fui carnívora, no Brasil comia bife todo dia, pelo menos no almoço. Mas aqui o boi, bom, vamos combinar que não é o dos mais fortes e saudáveis. Também precisamos considerar que é uma cultura que come mais peixe e frango. Enfim, quando cheguei achei que iria dar uma surtada por ficar praticamente 100% sem carne bovina mas até que, para a minha surpresa, fiquei bem sem a carne vermelha. Achei até bacana ter rolado essa redução. Quando estou com muita vontade de comer um steak (bife) ou um hambúrguer eu vou no Hard Rock Café (Sim, tem aqui em Siem Reap!) e chuto o balde, ou vou em alguma hamburgueria que importa carnes da Austrália e Nova Zelândia.
Outro prato que adoro é o Red Curry Chicken. é uma sopa de vegetais com frango ao molho curry. Vem com arroz à parte (assim como a maioria dos pratos asiáticos), mas eu sempre peço sem arroz. Quem come com arroz, ou coloca-o na sopa ou faz ao contrário, molhando a sopa no arroz para comer.
Uma bebida bem famosa aqui é o Fruit Shake, eu tomo sempre. Nada mais é do que a fruta batida com leite, gelo, leite condensado e açúcar! Mas sempre peço sem: “No sweet milk, no sugar please!” Imagina tomar essa bomba calórica todo dia? Adoro o mix: banana, manga, mamão, água de coco….sempre invento uma mistura! Custa um dólar.
O iced coffee (café gelado) também é super tradicional. Pelo fato de aqui ser muito quente, é muito mais gostoso tomar o café gelado! Eu sou apaixonada por café, mas tenho que pedir sem o sweet mik (leite condensado). Ô, povo que adora açúcar, eles põem em tudo! Também custa um dólar.
E a sobremesa? Aqui come-se muita fruta. A Dragon Fruit é a mais exótica, é o nosso kiwi na versão rosa ou branco, mas o formato é super diferente! Tem também a banana pancake (panqueca de banana). Custa um dólar e você escolhe se quer banana, Nutella, leite condensando (!!) ou tudo junto e misturado. É uma tentação, afinal é uma delícia e adivinha? Também é frita, então não é sempre que eu como. Reparou que as comidas/bebidas aqui custam tudo um dólar?
Happy Pizza
Mas o que seria uma “pizza feliz”? Nada mais, nada menos do que uma pizza de maconha. Você escolhe o sabor assim como qualquer outra pizza, porém esta vem com um toque especial (risos).
Aqui no Camboja o uso de drogas é proibido, mas muitos restaurantes vendem a happy pizza. Mas como pode ser proibido e ser vendido em estabelecimentos legais ao mesmo tempo? Pelo que eu entendi a polícia fecha os olhos, pois a venda até então é destinada para turistas e não para locais. Seguindo a linha happy é possível encontrar também brownies e shakes.
Insetos, cobras e afins
Que tal um espetinho de cobra? Ou uma porção de baratas? Sim, aqui na Ásia é super comum comer esse tipo de especiaria. O meu máximo de atrevimento foi uma coxinha de sapo. Mas só de lembrar, me dá arrepio. A lista é bem farta: cobra, aranha, escorpião, barata, larva e por aí vai!
Voltando às comidas “normais”….
Tem sempre aquele gelato (sorvete) italiano, maravilhoso, ou a padaria francesa que todo dia, após às dezoito horas, oferece 50% de desconto. E eu sou formiga, não tem jeito, estou sempre atrás de um docinho!
Siem Reap é uma cidade turística, então, comer por aqui não é um problema, caso a comida asiática não agrade. Western food, as comidas ocidentais, como pizza, pasta, pães, crepes, sopas, carnes, enfim você encontra sem nenhuma dificuldade. Se você não se adaptar à comida local, você não irá passar fome, só ira gastar um pouco a mais.
Por conta da história, restaurante francês é o que não falta. Mas a quantidade de restaurante italiano também não está escrito! Acho tão surreal que até comida suíça você encontra. Tinha uma churrascaria brasileira, mas fechou antes mesmo da minha vinda.
Na Páscoa achei que iria ficar sem ovo, quando soube que um hotel francês estava vendendo ovinhos e coelhos de chocolate, pronto, fim dos problemas! Curti minha Páscoa com um delicioso ovo de chocolate que não deixou nada a desejar. Vários restaurantes, na época, criaram cardápios especiais para o domingo de Páscoa também. Achei bem bacana. No Natal foi a mesma coisa.
Resumindo, eu adoro ter a oportunidade de experimentar novas comidas, descobrir novos sabores, temperos, especiarias, mas vamos combinar? Viva a globalização!
3 Comments
Ah que saudade de comer um bife lok lak…..
Amooo a comida cambojana, especialmente as sopas de legumes e os noddles apaimentados
Oi Elaine!
Realmente a comida aqui é maravilhosa né? Mas a pimenta eu deixo de lado rs
Valeu, Roberta. Não curto esses blogs femininos, mas você escreve sem frescura. Bacana.