Para contar essa história, vamos ter que voltar um pouco no tempo…
Em 2011, quando morei em Lyon, na França, por um curto período para aprimorar meus conhecimentos no idioma francês, voltei para o Brasil com mais vontade ainda de retornar à Europa, para continuar desbravando esse lugar maravilhoso e com o intuito de morar e trabalhar por aqui.
O tempo foi passando, outras viagens foram aparecendo, estágio, emprego, família, amigos, toda aquela vida estável no Brasil se concretizando na minha frente e o sonho europeu acabou ficando adormecido. Vim a conhecer meu marido no trabalho, em 2013. Nós nos aproximamos em 2014 e desde lá começamos nossa pequena aventura juntos pelo mundo.
Nós gostamos muito de viajar. Quando nos casamos, em 2017, decidimos fazer uma Eurotrip (viagem pela Europa) na Lua de Mel. Não pensem que essa foi nossa primeira ideia e nem que foi fácil convencê-lo a apostar nesse roteiro (risos), principalmente nos dias de hoje em que somos metralhados com informações sobre milhares de destinos.
Optamos por uma viagem de carro durante 20 dias, passando por várias cidades na Alemanha, Áustria, França, República Tcheca e Suíça. Com isso, o continente europeu, que já fazia parte dos meus lugares favoritos para ir no mundo, também ganhou um lugar no coração do maridão.
Algum tempo se passou e aquela “coceirinha” de sair do Brasil foi voltando. Mesmo estando os dois trabalhando em uma ótima empresa, com emprego garantido e bons salários, a vontade de ter uma experiência internacional – tanto pessoal quanto profissional -, falou mais alto. Somos jovens, não temos filhos ainda, nem nada que nos prenda, por que não arriscar? “É agora ou nunca”, pensamos.
Todos esses fatores, aliados à atual situação social e político-econômica do país, nos fez tomar a decisão de começar a procurar oportunidades na Europa.
Como eu tenho cidadania portuguesa, seria mais fácil conseguir um emprego estando no Brasil, então definimos esta estratégia e, em julho de 2018, comecei a aplicar via LinkedIn e site das empresas para as oportunidades que se adequavam ao meu perfil.
Inicialmente estava aplicando para vagas na França, Inglaterra, Portugal e Alemanha. Como iniciei o processo durante as férias de verão da Europa, demorou um pouco para começarem a entrar em contato
comigo. Mas quando os RHs voltaram ao trabalho, foi uma loucura! Comecei a receber muitos retornos positivos sobre o meu CV.
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Foram diversas entrevistas, todas elas por telefone, Skype e demais aplicativos de comunicação. Inclusive
aconteceu de eu ter três entrevistas no mesmo dia, uma atrás da outra.
Durante o processo de uma vaga na Alemanha, a recrutadora me informou que, infelizmente, não poderia dar sequência na minha aplicação para a vaga, apesar de meu currículo ser muito bom, pois eles exigiam fluência em alemão, coisa que eu não tenho. Foi quando ela aproveitou para me perguntar se eu teria
interesse numa posição mais próxima ainda do meu perfil, só que na Eslováquia.
Na hora, eu até parei por um instante para imaginar o mapa mundi e visualizar onde esse país se localizava, pois realmente não lembrava. A Eslováquia não é um destino turístico comum. Dificilmente alguém planeja uma viagem para cá sem ter sido recomendada por algum colega, pois realmente não é um lugar
‘queridinho’ pelos blogs de viagem.
Muita gente acaba passando por aqui quando vem para as redondezas, cidades como Praga e Budapeste, mas raramente inclui a Eslováquia no roteiro.
No final das contas, acabei optando por aplicar para a posição e, quando me dei conta, outras vagas na Eslováquia também começaram a aparecer pra mim.
Todo um universo se abriu na minha frente, pois eu nem fazia ideia da quantidade de empresas que têm base na Eslováquia e como tem ótimas oportunidades de emprego por aqui. Por fim, dentre as vagas em que fui avançando no processo e tive a chance de escolher, acabamos decidindo vir para a Eslováquia.
Aceitei a proposta no início de setembro e, no final de outubro, já estava me mudando para cá, pra começar a trabalhar em novembro. Como tudo aconteceu meio rápido, meu marido ficou no Brasil e decidimos que ele viria apenas agora, no final de janeiro, para termos tempo de organizar toda essa mudança de continente.
Com certeza absoluta a pergunta que eu mais ouvi até hoje desde que cheguei é: “Por que você decidiu vir para a Eslováquia?” Inclusive já até pensei em preparar uma gravação padrão para só apertar o play quando alguém vem perguntar (risos).
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A verdade é que, quando comecei essa aventura, realmente não planejava vir parar aqui. Mas, de uma forma ou de outra, os caminhos me trouxeram e, no final das contas, acabei optando, sim, em vir para cá em vez de ir para outros destinos mais “comuns”.
Decidi abrir mão da proximidade da família, amigos, da vida cômoda no Brasil, em troca de uma vida mais tranquila, menos refém de dinheiro e violência, com mais igualdade e oportunidade. A Eslováquia me pareceu perfeita para este recomeço.
Em quase três meses morando aqui, posso dizer que tomei a decisão certa, pois apesar de ser um lugar esquecido pelos estrangeiros, esse país tem MUITA coisa boa para oferecer!
4 Comments
Oi Carol! Adorei seu POST! E quantas coicidencias! Atualmente moro em Lyon, TB morei em Curitiba por um tempo e a cidade em que moro hoje não estava nada lista das que eu imaginava que poderia morar! Rs
Espero que sua experiência aí na Eslováquia continue se mostrando muito boa!! 🙂
Ah! Seja bem vinda ao time das colunistas do BPM 😉 tenho certeza que podemos trocar muitas experiências 🙂
Oi Julia!!
Que legal, acho que nunca conheci alguem com esse tipo de coincidencia rsrs!
Muito obrigada, tambem desejo que sua jornada em Lyon seja assim como essa linda cidade, muito iluminada!!
Beijos, Carol
Oie! Me indentifiquei com teu post, recentemente cheguei na Estônia e também ouvi muito do: por que você escolheu a Estônia? Na verdade, os países acabam escolhendo a gente! Haha
É exatamente isso Gabi!! Os países que nos escolhem no final das contas! 🙂