Esse mês eu resolvi escrever sobre um tema bem familiar para quem mora no centro sul do país: a temporada de furacões. Todo ano, por volta do fim de maio, a temporada de furacões é anunciada para alertar e prevenir a população.
Esse ano terá uma longa temporada: começou no dia 01 de junho e terminará no dia 30 de novembro. A previsão é de 13 tempestades tropicais e 8 furacões, sendo dois deles considerados de alto risco.
Alguns furacões ficaram, infelizmente, bastante famosos, como foi o caso do Katrina, que assolou Nova Orleans; Ike, que atingiu o Texas; e Charles e Ivan, que deixaram suas marcas no Caribe e Flórida.
Reparou algo curioso? Sim, são nomes próprios , mas nem sempre foi assim; até o ano de 1953 eram dados nomes técnicos a esses fenômenos, porém, nomes humanos facilitavam a comunicação e, também, para eles serem lembrados para os alertas a população. Por isso o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) resolveu fazer listas em ordem alfabética, alternando nomes femininos e masculinos. São seis listas, ou seja, a lista desse ano se repetirá em 2022 e esse padrão é usado para as listas de outras regiões do mundo. Porém alguns nomes podem ser ” aposentados” e substituídos por outros no caso de aquele furacão ter causado uma grande destruição, como foi o caso dos furacões citados acima. Se você quiser conhecer os nomes, eles estão aqui.
Os furacões são categorizados de 1 a 5 de acordo com a escala Saffir-Simpson. Para ser considerado furacão os ventos precisam ultrapassar a velocidade de 118 km/hora. Até essa velocidade são chamados de tempestades ou ciclones tropicais.
Eu particularmente já enfrentei alguns e acho importante, para quem ainda não vivenciou essa experiência, conhecer um pouco mais a respeito para se prevenir e poder se manter em segurança. E posso garantir: mesmo os de categoria 1 já são bastante assustadores.
CATEGORIA 1
Ventos de 118 a 153 km/h com danos mínimos.
CATEGORIA 2
Ventos de 154 a 177 km/h – aqui já temos danos moderados.
CATEGORIA 3
Ventos de 178 a 209 km/h, observamos danos grandes. Evacuação em algumas áreas podem ser sugeridas.
CATEGORIA 4
Ventos de 210 a 249 km/h. Danos extremos. Ao contrário do que muita gente pensa – que esse furacão é apenas 4 vezes mais violento que o de grau 1 – a proporção não é aritmética; na verdade, o poder de destruição da categoria 4 é 100 vezes maior que o da categoria 1.
CATEGORIA 5
Ventos superiores a 249 km/h, danos catastróficos. Evacuação obrigatória da população.
Dito e entendido isso, é necessário montar um plano de ação.
Se não houver recomendação de evacuação na sua área:
- Registre-se no Consulado da sua jurisdição. O Consulado de Houston, além do estado do Texas atende aos estados de Lousiana, Arkansas, Oklahoma, Kansas, Colorado e Novo México;
- Prepare o seu kit emergência;
- Mantenha o tanque do seu carro sempre abastecido. Verifique o pneu reserva e o seguro;
- Pode as árvores no seu jardim;
- Recolha todos os móveis, ou qualquer outro objeto de áreas externas, que possam ser levado pelos ventos fortes.
Kit emergência:
O kit emergência eu geralmente monto para 5 a 7 dias, nele deve conter:
- água potável (1 galão de água/pessoa/dia)
- comida enlatada ou não perecível
- abridor de latas
- lanterna
- rádio de pilha para ouvir as notícias e recomendações e pilhas extras
- baterias extras para celular
- remédios
- repelente
- sacos de lixo
- todos os documentos da sua família como passaporte, seguro de saúde, cartão de banco e carteira de vacinação das crianças, embalados em sacos plásticos ou embalagens à prova d’água
- lenços umedecidos
- travesseiros, colchonete, toalhas de banho e cobertores
- dinheiro em espécie.
Recomenda-se também estocar água não potável para cozinhar e para usar no banheiro. Uma alternativa para as necessidades fisiológicas é ter aquela areia usada para gatos de estimação, que seca as fezes e também a urina, eliminado o odor. Lembre-se de que é uma situação de emergência!
Eu, além dos itens acima, tenho sempre capa de chuva para todos da família, galocha e uma calça impermeável. Caso você precise sair de casa e esteja alagado, há risco de contaminação pela água acumulada e essa calça evita o contato direto da sua pele com a água.
Muitas famílias compram geradores portáteis, pequenas churrasqueiras a carvão… Cada um conhece melhor a dinâmica familiar e as suas necessidades.
Os travesseiros, toalhas e cobertores, além de importantes no caso de você precisar ir para um abrigo também são itens de proteção; caso você precise ficar em um lugar mais seguro dentro da casa como closet ou na banheira, eles podem proteger em caso de desabar algo ou quebrar uma janela.
O importante é estar preparado para qualquer situação e para isso, nada melhor do que a prevenção. Quando o furacão é anunciado há sempre muita ansiedade, confusão nos mercados, falta de produto. Temporada anunciada, eu já me previno; o que não uso, doo com prazer ao food bank (banco de alimentos) ou qualquer outra instituição que vive de doações.
Outra providência importante é em relação a animais de estimação. Abrigos da Cruz Vermelha, ou qualquer outro, não aceitam seu companheiro de quatro patas. Se você optar por sair da cidade ou do estado verifique quais hotéis aceitam o seu bichinho. Consulte seu veterinário sobre tratamentos preventivos para o seu bichinho em caso de furacões; cães e gatos ficam extremamente angustiados nessas situações. Não saia de casa para passear com eles a não ser que você esteja totalmente seguro de que não há perigo.
O sistema de controle de furacões americano é bastante eficiente; entretanto os furacões, como todo fenômeno da natureza podem surpreender até mesmo os especialistas, pois ganham e perdem intensidade na aproximação com o continente. O monitoramento é constante e evacuações mandatórias de emergência muitas vezes são necessárias, então mantenha-se informado das rotas, condições das estradas antes de deixar sua residência. Aja sempre com cautela.
O mesmo cuidado deve ser mantido após a passagem da furacão. Só saia de casa quando os órgãos competentes autorizarem.
Ruas e estradas podem estar parcialmente destruídas e, cobertas pela água, tornam-se um perigo ainda maior, podendo causar grandes acidentes.
Tenha em mente que muitos animais silvestres como cobras, jacarés e veados ficam desorientados nesses casos, podendo facilmente atacar pessoas que estejam pelo caminho.
Para mais informações consulte o site do Serviço Nacional de preparação contra furacões dos Estados Unidos (NHC) ou o site do Consulado Geral do Brasil em Houston.
E você, já passou por algum furacão? Tem alguma dica que não foi citada aqui e pode ajudar a brasileiros que estão chegando ao país? Deixe seu comentário.
Gostou das informações? Compartilhe esse post, afinal prevenir é sempre melhor do que remediar!
See you soon…
2 Comments
Renata, boa tarde!
Me chamo Cristiane e provavelmente irei morar em Houston com minha Família (esposo e filha).
Confesso que estou bem aflita devido a estes acontecimentos relatados no seu post.
Estou com o coração apertado, realmente preocupada.
Gosto do Brasil e aqui nunca tivemos essa preocupação de ter que deixar um kit emergência pronto para qualquer eventualidade.
Viver com medo ou sempre alerta me preocupa muito.
Tenho medo de estar trocando uma vida boa aqui no Brasil, por uma vida apavorada em Houston.
Cristiane,
Obrigada por acompanhar o blog e deixar seu comentário.Como comentei no post, a temporada de furacão tem datas definidas, não é o ano todo de preocupação.A prevenção é sempre a melhor atitude!!!Leia os outros post sobre Houston e você verificará como a vida aqui é tranquila e agradável. Toda mudança nos traz um pouco de insegurança,mas Houston é uma cidade muito agradável!!!
Boa sorte e mande notícias sobre a sua decisão!!! Estou aqui para outras dúvidas!!!