Tudo que você precisa saber sobre Rishikesh na Índia
Localizada na beira do sagrado Rio Ganges e aos pés do Himalaia, no norte da Índia, Rishikesh é conhecida por ser a capital do yoga. A cidade recebe muitos adeptos do hinduismo e praticantes de yoga, principalmente na época do Festival Internacional de Yoga, em março. Tem um estilo hippie e recebeu os Beatles em fevereiro de 1968.
A moeda utilizada é a rúpia indiana (1 real equivale a mais ou menos 17 rúpias). E foi exatamente lá, em Rishikesh, que passei os últimos quinze dias da minha temporada na Índia.
Depois de fazer o famoso triângulo dourado, passando pelas cidades de Nova Delhi, Agra e Jaipur, peguei um voo até Dehradun, capital de Uttarakhand, onde fica o aeroporto mais próximo (45km) de Rishikesh. E de lá um táxi até a escola onde fiz meu retiro de uma semana. Acredito que essa seja a forma mais fácil de chegar até a cidade. Mas sei que trem e ônibus também vão naquele sentido.
Tanto os retiros quanto os cursos de yoga, meditação e terapias podem ser realizados nas escolas ou em Ashrams. Eu escolhi a AYM, uma das escolas mais antigas de Rishikesh. Durante uma semana pratiquei yoga, fiz uma dieta detox, massagem e tive aulas de filosofia, mantras, anatomia e meditação. Aprendi técnicas sensacionais e conheci pessoas incríveis. Você pode fazer a inscrição para os retiros e cursos no site das escolas, mas eu indico que só confira a data no site e faça a inscrição quando chegar lá mesmo, porque a diferença no valor é bem considerável e você também pode visitar o local, fazer uma aula experimental e sentir a energia do lugar antes de se matricular.
Além dos cursos de yoga, meditação, reiki, ayurveda, mantra, massagem, filosofia, culinária e muitos outros, você também pode fazer trilhas pela região e conhecer as cachoeiras, descer o Ganges em um rafting tour (passeio de bote pelo rio), saltar de bungee jumping, andar de balão, explorar os templos, fazer compras… enfim, tem atividades para todos os gostos. E lá você vai encontrar muita gente legal com muita história para contar.
Fiquei no Live Free Hostel. Super recomendo, bem localizado e gerenciado por dois irmãos que te tratam como você fosse da família. Lá conheci duas brasileiras muito gente boa, um fotógrafo argentino que viaja o mundo fotografando, europeias que cansaram da vida corrida da Europa e agora estão morando na Índia dando aulas de inglês, yoga ou qualquer outra habilidade. E o Paul, um inglês que já morou no Canadá e na França e que agora, aos seus 50, resolveu rodar o mundo sem data para voltar.
Paul me levou até o Ganges pela primeira vez e também foi meu parceiro de refeições. Fizemos um tour pelos cafés e almoçávamos quase todos os dias em um restaurante local perto da ponte Laxman Jhula. Lá era nosso local favorito, tem o melhor Thali de Rishikesh. Um prato que vem com arroz, pão, lentilha, molhos e vegetais, uma delícia, você não pode sair da Índia sem provar. Detalhe: custa só umas 120 rúpias!!!!
Também foi com Paul que comi minha primeira dosa e minha primeira samosa. Provem!!! Quem prefere doce, uma sobremesa de Israel famosa em todos os cafés de Rishikesh é a Hello to the Queen, um biscoito com banana, sorvete, chantili e calda de chocolate. Entre os doces tradicionais, os meus favoritos são gulab jamun, sandesh e o rasgulla. Você compra uma caixa deles por, no máximo, 150 rúpias.
Delicioso prato Indiano, Thali
Acredito que uma das melhores coisas a se fazer em Rishikesh é caminhar pela vila, olhar as banquinhas e sentar nos cafés para ler um livro e jogar conversa fora. Para mim o melhor e o mais barato para café da manhã é o Shambala Cafe. No Beatles Cafe, a vista do Ganges é linda e lá tem pizza, hambúrguer, saladas. Já o Royal café, do outro lado da ponte, é um pouco mais badaladinho, também tem vista para o rio e um brownie maravilhoso. O Little Bhudda Cafe é um pouquinho mais caro, mas é bem fofo em formato de casa na árvore. Praticamente todos são decorados com cangas nas paredes e almofadas no chão, deixando o clima bem descontraído.
Vale a pena lembrar que Rishikesh é uma cidade vegetariana e álcool free. Então, por lei, é proibida a venda de bebida alcoólica e carne de qualquer tipo. Mas nem se preocupe, não sentirá falta de nada, pois estará experimentando coisas deliciosas todo dia.
Fim de tarde recomendo atravessar a ponte Laxman Jhula caminhando e ir assistir o Aarti, ritual do amor em sinal de devoção à luz divina que ocorre todos os dias ao pôr do sol, na beira do Rio Ganges. Nele as pessoas fazem suas oferendas aos Deuses no rio, cantam e confraternizam.
O mesmo ritual pode ser visto perto do mercado que fica um pouco mais longe, sugiro ir de tuk-tuk. Aproveite, faça umas comprinhas e coma por lá. Dica: quando o ritual terminar, aguarde até iniciar a música para ver os locais dançarem, é lindo!
Aarti na beira do Ganges
Eu tenho certeza que você vai amar Rishikesh. Eu sou outra pessoa depois desses 15 dias lá. O lugar tem uma magia, uma energia contagiante que não te deixa ir embora ou te faz querer voltar. Eu mal posso esperar para voltar. E você, vai quando? Namastê.
Fernanda é gaúcha, formada em Letras e TESOL certificada por uma escola da Califórnia, onde morou por 4 anos. Depois de quase 3 anos estudando Liderança e Gerenciamento de Projetos na Austrália, ao completar seus 35 anos de idade resolveu dar a volta ao mundo em prol do Empoderamento Feminino, visitando 35 países e registrando tudo em seu Instagram @project35.35 e pagina, Tem Lugar na Mala, no Facebook.
1 Comment
Amo a Índia. Pretendo ir para lá em 2020. Não sei bem o inglês. Voce foi sozinha? Em algum momento teve medo?