Eu costumo dizer que se as pessoas se envolvessem mais com o mundo que as cerca, certamente o mundo como um todo seria um lugar muito melhor.
Não há pequenas ações, há ações. Não nos cabe julgar o nível de envolvimento e abnegação com que cada um realiza essas ações, o importante mesmo é que essa envoltura exista. Foi assim, pensando numa forma muito simples de agir, que uma atividade que podia ter sido apenas uma gota num oceano, se transformou numa verdadeira onda de amor que tem tocado dezenas de milhares de pessoas. A AÇÃO DO CORAÇÃO.
Tudo começou há alguns anos, quando dois irmãos, Alexandre e Eduardo, artistas brasileiros da cidade de Santos, em uma viagem a Viena, viram uma praça totalmente coberta por inúmeros corações de pano. Não só a visão daquilo já era uma coisa linda, mas havia também uma ação de conscientização por trás da atividade: Chamar a atenção para as doenças cardíacas.
Eduardo se encantou com a iniciativa e imaginou que algo semelhante poderia ser realizado, trazendo à consciência algo de importância semelhantemente vital. O resgate de valores como: Amor ao próximo, perdão, solidariedade e tantos outros. A idéia é que cada pessoa faria quantos corações desejasse, em pano colorido, e customizaria de acordo com seu próprio desejo e gosto. Daí durante a confecção desses corações a pessoa “colocaria dentro” sentimentos bons. Então, depois de muitos corações confeccionados, eles seriam recolhidos e espalhados na maior praça da cidade e então, distribuídos para a população. Cada pessoa teria direito a dois corações. Um para si e outro para presentear a alguém.
Eduardo Furkini, o idealizador dessa iniciativa, faleceu brevemente e por ironia do destino, de um mal cardíaco. Seu irmão Alexandre Camili, no entanto, tomou às mãos o sonho de Eduardo e levou adiante a proposta. A iniciativa “pegou” de tal forma, que em pouco tempo toda a cidade de Santos estava envolvida fazendo corações. Crianças, idosos, trabalhadores, artesãos e até moradores de rua se envolveram na confecção de corações. Em pouquíssimo tempo, a confecção de corações tornou-se apenas uma desculpa para que as pessoas se encontrassem, se conhecessem e fizessem, juntas, algo para um bem comum.
Isso abriu as portas para gente solidária, para gente solitária…Grupos foram criados, trabalhos de ação social foram divulgados. Gente de todo tipo passou a “andar junto”, escolhendo tecidos, contas e flores. A boa intenção, o amor verdadeiro com o qual esse projeto foi concebido, deu frutos.
Eu estava em Hanói quando uma amiga querida me sugeriu que enviássemos corações do Vietnam para Santos. Fizemos alguns e mandamos pelo correio.
Eles chegaram e incorporaram o coletivo de muitos corações que foramconfeccionados na cidade praiana. Daí uma repórter sugeriu que fizéssemos uma iniciativa semelhante em Hanói, e assim fizemos.
Juntamos alguns amigos e começamos a plantar a nossa sementinha vietnamita de amor.
Não foi assim tão simples…O Vietnam é um país totalitarista onde você não pode simplesmente “se juntar” numa praça para realizar alguma coisa. Isso dá confusão, polícia e até prisão. Se estrangeiros estiverem atuando junto a locais então… nem pensar!
Até muito pouco tempo os vietnamitas precisavam de passaporte para entrar nas igrejas, e até hoje o Hanoi International Woman’s Club não pode ter ninguém vietnamita em sua diretoria, sob pena do governo passar a ter o direito de controlar a entidade.
Assim sendo, desde o princípio tivemos em mente que esse não seria uma Ação do Coração à altura quantitativa de sua cidade natal, mas sabíamos também que a semente quando voa, pousa e brota onde o quiser.
Semente lançada: conseguimos a participação de um grupo pequeno, mas muito especial que realizou a primeira Ação do Coração em Hanoi.
Graças à brasileira Cassia e a boliviana Dunia que foram simplesmente anjos na realização dessa atividade, tivemos um momento memorável! Realizamos tudo num Centro Cultural de Hanói onde pudemos misturar vietnamitas e “gringos”
sem muito problema. (afinal fazer intercâmbio seria uma das atividades primoridiais do centro, não levando preocupação às autoridades locais).
Ali tivemos uma verdadeira confraternização entre cristãos e budistas. Ocidentais e asiáticos. Adultos, adolescentes e crianças, diversas nacionalidades e o toque brasileiro que temperou o evento com música obrigada Natan Oliveira! – (aquele mesmo brasileiro querido que iniciou aquele projeto lindo lá no orfanato Bodeh, lembram dessa postagem?).
A decoração estava uma doçura. Misturava bandeirinhas coloridas, dessas que a gente coloca em festa de São João, com lanternas iluminadas, um ícone decorativo asiático. Pessoas repletas de amor trocando palavras e olhares doces, e levando para casa seus dois corações.
A semente foi lançada em Hanói. (e também em outros lugares como Inglaterra, Senegal e Nigéria).
Que tal você começar a pensar numa ação do coração aí onde você vive? Lonjura não é desculpa, o amor não sabe o que significa a palavra distância!
13 Comments
Fabi,
Como você mesma colocou, não há pequenas ações. Há ações.
Quando há boa e verdadeira intenção, não há fronteiras e nem impedimentos.
É possível sempre encontrar formas para realizar as coisas.
Parabéns!
Nem sempre podemos medir a repercussão de nossos atos, mas sabemos que para cada ação, há um resultado, uma repercussão. Muito feliz com essa repercussão de bem. É a batida do coração. É o amor!
Beijos
Fabi,amei a historia,ja havia lido ha um tempo atras,mas nao sabia q podia refaxer a ideia. Vamis fazer novamente? Pisso organizar c as bradileiras daqui o q vc acha? Bjao!
Que iniciativa maravilhosa e inspiradora também! Otimo texto, beijos!
Que iniciativa linda!!!! Amei!!
Puxa, que coisa linda! Parabéns pelo gesto!
Adorei!
Esse é o tipo de coisa que acredito muito! Parabéns a todos os envolvidos e que Deus os abençoes.
Muito bacana este texto e a acao em si, linda! Parabens! Se puder passar detalhes sobre a acao aqui na Inglaterra, pois nao me lembro de ter visto isso. Me fez lembrar de um dia quando eu passava pelo Southbank, regiao central aqui de Londres, beirando o Tamisa e vi um grupo de pessoas se abracando, pareciam malucos. Uns abarcando os outros. Nao estava entendendo nada! Dai vi que alguns tinham umas placas dizendo algo do tipo; HUG ME! (Me abrace). Eu achei aquilo tudo interessante, pois cada um que passava tinha uma reacao diferente. Era um grupo de voluntarios, com uma campanha promovendo o abraco!
Fabi, achei linda essa quebra de barreiras em forma de amor que vocês proporcionaram ao povo de Hanoi! Parabéns pela iniciativa lindíssima!!!
Sou sua fã, pessoa que quer mudar o mundo!!! <3
Um beijo!!!
Eu fico muito feliz quando vejo gente propagando o amor num mundo que já tem tão pouco sendo espalhado, parabéns pela linda ação!
bjks
Fabi, que linda história… ações como esta são que fazem o mundo melhor.. Parabéns… espero poder um dia desses poder participar de um evento como este, levando um pouco de amor por ai…..
Fabi qus a cada dia mais coracoes seja espalhado pelo mundo em prol do Amor ao proximo!!!Linda iniciativa!!!!
Bom, eu sou uma fã de carteirinha dos seus textos! Realmente precisamos de mais iniciativas simples assim… Acredito mto em energias e colocar pensamento positivo em pequenas coisas pode mover montanhas.
Parabéns e já aguardando o assunto do próximo mês 😉
Bjs
Bá
Nossa Fabi querida, amei o projeto, vou com certeza implantar por aqui nos Alpes Suiços! Obrigada linda pelo post maravilhoso e inspirador! Namasté! Quer epoca melhor que com o natal chegando? Maravilha!!!!! te mando fotos!!!!! Bjus no coraçao!