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    Home»Curiosidades Pelo Mundo»Diferenças entre Estados Unidos e Holanda – Parte 3
    Curiosidades Pelo Mundo

    Diferenças entre Estados Unidos e Holanda – Parte 3

    Paula Dalcin MartinsBy Paula Dalcin MartinsNovember 14, 2017Updated:December 11, 2018No Comments6 Mins Read
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    Este é o terceiro texto de uma série que aborda como diferentes aspectos se comparam entre Estados Unidos e Holanda – um pouquinho sob o meu olhar de vivência em ambos países, mas muito com base em dados científicos e/ou documentados. No primeiro texto, apresentei diversos temas – de parques e clima a sistemas de educação e saúde . Já no segundo, foquei em patriotismo e consumismo. Neste, discuto temas bastante sensíveis para boa parte da população brasileira – eutanásia e aborto. Quer saber como funcionam essas coisas nos Estados Unidos e Holanda? Vamos lá!

    1. Eutanásia

    Eutanásia é a morte sem dor de um paciente que está sofrendo de doença/situação muito dolorosa e/ou incurável, ou em caso de coma irreversível. Em diversos países, a eutanásia de animais é praticada, inclusive no Brasil – por exemplo, “sacrificar” um cachorrinho de estimação porque estava muito velhinho ou doente para acabar com seu sofrimento. Já a eutanásia de pessoas é raramente permitida, mesmo que a pessoa expresse seu desejo de morrer. Interessantemente, na Holanda e em certos estados dos Estados Unidos, a eutanásia é permitida por lei como uma escolha da pessoa.

    De acordo com a comissão holandesa de eutanásia, há diferença entre eutanásia e suicídio assistido (também permitido na lei holandesa). “Se um médico atende o pedido de um paciente de terminar a sua vida, é eutanásia. Se o médico ajuda o paciente a ele terminar sua própria vida, é suicídio assistido.

    Na Holanda, a lei da eutanásia entrou em vigência em 2002. Em 2015, os dados mostram que cerca de 4% das mortes na Holanda foram por escolha pessoal, sendo câncer a situação mais comum (75% das eutanásias) e morte em casa o local mais comum (80%), com um médico auxiliando a morte em mais de 90% dos casos. Os dados de 2016 são muito similares. A sociedade holandesa parece ter chegado a um consenso sobre a eutanásia: ainda que a maioria das pessoas não concorde com terminar a vida desta forma, a maioria entende que essa escolha deve ser de cada pessoa.

    Leia também: Tudo que você precisa saber para morar na Holanda

    Nos EUA, 5 dos 50 estados, mais o distrito federal (Washington D. C.), legalizaram o suicídio assistido por médico (em inglês, physician-assisted suicide). A legalização aconteceu em 1994 em Oregon, 2008 em Washington, 2013 em Vermont, 2015 na Califórnia, e 2016 no Colorado e em Washington D. C. Enquanto, Na Holanda, a idade mínima para se entrar com pedido de eutanásia ou suicídio é 12 anos, nos EUA é 18. Na Holanda cada caso é avaliado individualmente quanto ao sofrimento ou expectativa de vida; nos EUA, a pessoa precisa ter sido diagnosticada com menos de 6 meses de vida para poder pedir por eutanásia.

    Fonte: Pixabay
    1. Aborto

    Na Holanda, o aborto até a 24a semana de gestação foi legalizado em 1984. O procedimento é gratuito para pessoas residentes na Holanda e disponível mediante a pagamento para não residentes. O único critério levado em consideração é a vontade da pessoa que procura pelo aborto; uma vez que a pessoa expresse essa escolha em uma clínica, ela tem que esperar 5 dias para então poder agendar o procedimento. Entre 12 e 16 anos, a pessoa precisa de consentimento dos pais. Em 2015, taxa de aborto na Holanda foi 8,6 abortos a cada 1.000 mulheres entre 15 e 44 anos, sendo 30.803 no total.

    Neste documento, o governo holandês explica por que lá a taxa de abortos é tão baixa (incluindo taxa de gravidezes na adolescência): enquanto a legalização do aborto na Holanda pouco afetou a taxa de abortos, foi educação sexual e uso de contraceptivos, especialmente após os anos 60, que realmente baixou a taxa de gravidezes indesejadas e, portanto, o número de abortos.

    Esta revisão científica confirma essa análise do governo e acrescenta que o planejamento familiar e o uso da pílula anticoncepcional na Holanda só foram possíveis graças a uma mudança de valores, melhor educação, declínio da influência de igrejas, crescimento econômico, sistema público de saúde, e discussões abertas sobre sexualidade na mídia, entre outros fatores.

    Nos EUA, o aborto até a 24a semana de gestação foi legalizado a nível federal em 1973; contudo, estados podem restringir consideravelmente o acesso das pessoas ao aborto e o número limite de semanas. Em 2015, 340.255 abortos foram realizados nos EUA – uma taxa de 14,6 abortos a cada 1.000 mulheres entre 15 e 44 anos. Enquanto a sociedade holandesa parece ser mais homogênea quanto à decisão de abortar ser do indivíduo, a estadunidense se encontra em conflito. Desde 2011, diversos estados tem passado leis cada vez mais restritivas.

    Esta revisão científica conclui que leis mais liberais não aumentam o número de abortos, mas diminuem o número de mortes relacionadas ao aborto. Os autores trazem dados de que países como a Romênia, África do Sul e Nepal tiveram declínios dramáticos no número de mortes maternas após a legalização do aborto sem aumentar o número total de abortos, e que o número de mortes maternas é predito de aumentar nos EUA com as leis estaduais mais restritivas, o que já está acontecendo no Texas. Este estudo confirma essas mesmas tendências na Cidade do México após a legalização em 2007.

    Interessante também é este estudo que conclui que a legalização do aborto nos EUA contribuiu para um declínio na taxa de adoções de crianças no país por diminuir o número de gravidezes indesejadas e melhorou as condições gerais de vida e saúde das crianças, pois boa parte das indesejadas teriam vivido na pobreza e/ou sido negligenciadas.

    Para fins de comparação, trago este estudo brasileiro que estima que a taxa de aborto (limite superior) no Brasil caiu de 27 (em 1995) para 16 (em 2013) abortos a cada 1.000 mulheres entre 15 e 49 anos, principalmente como consequência do aumento do uso da pílula anticoncepcional, totalizando, em 2013, cerca de 850.000 abortos.

    Leia também: sistema de saúde na Holanda

    Um estudo do Instituto Guttmacher em parceria com a Organização Mundial da Saúde concluiu que as taxas de aborto caíram significativamente nas regiões mais desenvolvidas do mundo entre 1990 e 2014, enquanto não mudaram muito nas regiões em desenvolvimento. Este estudo também demonstrou que, mesmo usando métodos contraceptivos, a gravidez indesejada acontece, fato já bastante documentado na ciência.

    Além disso, o estudo mostra que as taxas de abortos em países onde o aborto é ilegal são muito similares às em países onde é legalizado – o que muda é que as mulheres morrem muito mais onde não é legalizado. Portanto, a combinação de medidas que realmente diminui o número de abortos e, ao mesmo tempo, o número de mortes de mulheres (assim como diminui o número de complicações de saúde e gastos públicos com estas) é legalizar o aborto, promover a educação sexual e ampliar o acesso a métodos contraceptivos, seguindo casos de sucesso como o da Holanda.

    Gostou destas informações? Na sequência, abordarei temas como prisões, maconha, assistência social, imigração, diversidade, sucesso, amizades, falar uma segunda língua, veganismo, espaço pessoal e viajar no país. Deixe sua sugestão de temas nos comentários se tiver qualquer curiosidade não listada aqui! Muito obrigada e até a próxima!

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    Paula Dalcin Martins
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    Gaúcha de Cruz Alta, ativista vegana e feminista, Paula é bacharel em biomedicina, mestre em microbiologia (ambos pela UFRGS) e doutora em microbiologia pela Ohio State University, nos Estados Unidos. Em setembro de 2018, Paula iniciou seu trabalho como pesquisadora (postdoc) na Radboud University Nijmegen, Holanda. Paula se desligou do BPM em fevereiro de 2019, mas deixou diversos textos sobre como fazer pós-graduação e pós-doutorado no exterior, diversas perguntas comuns respondidas nos comentários de seus textos e todos seus materiais de inscrição para o doutorado (https://www.dropbox.com/sh/0qt77pqrl588y1n/AAAKaISuR1RE5lj8yYCPCXS9a?dl=0).

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